A Religião dos Fracos
O Que o Jihadismo Diz de Nós
- Edição Julho 2019
- Colecção
- ISBN 978-989-616-897-1
- Páginas 208
- Capa Brochada/capa mole
- Dimensões 15,5x23
Leia aqui um excerto do livro.
«O crente é o espelho do crente», diz o jihadista. Com estas palavras, lança um desafio ao Ocidente: tu, que nunca me levas a sério, contempla a minha fé e vê no que crês.
Olhemos, portanto. Peguemos no espelho. Observemos a imagem que nos devolve, a nós que temos relutância em dizer «nós». Mas o jihadista obriga-nos a fazê-lo. «Nós amamos a morte como vós amais a vida», insiste ele. E ao dizer «vós» exibe um «nós».
Simultaneamente, mostra a arrogância que nos desarma: estamos convencidos de ser o centro do mundo, o único futuro possível, a única cultura desejável.
Ora, o jihadismo semeia a dúvida. O seu poder de sedução revela a fragilidade do «nosso» universalismo. E somos por isso obrigados a ver de modo diferente as relações de força passadas (colonialismos) e presentes (do caso Rushdie ao Charlie). Somos obrigados, sobretudo, a ver com novos olhos as liberdades (democráticas, sociais, sexuais…) que distinguem a Europa como civilização.
Ao espelho do jihadismo, essa crença conquistadora, descobrimos aquilo em que a nossa se tornou: a religião dos fracos.